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Pausa para tudo.
Quero nada não.
Só ver o tempo passar.
D e v a g a r . . .
Férias.
Marcadores: Férias
Vilarejo.
Outra delícia de Marisa Monte.
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Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão
Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraíso se mudou para lá
Por cima das casas cal
Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonhos semeando o mundo real
Toda a gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar
Em todas as mesas pão
Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos, os destinos
E essa canção
Tem um verdadeiro amor
Para quando você for
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Marcadores: Marisa Monte
O rio.
Poesia para o ouvido e coração. Amo Marisa Monte.
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Ouve o barulho do rio, meu filho
Deixa esse som te embalar
As folhas que caem no rio, meu filho
Terminam nas águas do mar
Quando amanhã por acaso faltar
Uma alegria no seu coração
Lembra do som dessas águas de lá
Faz desse rio a sua oração
Lembra, meu filho, passou, passará
Essa certeza a ciência nos dá
Que vai chover quando o sol se cansar
Para que flores não faltem
Para que flores não faltem jamais
Marcadores: Marisa Monte
Colônia Santa Izabel.
Em Betim, existe um lugar único. Melancólico. Sofrido.
Já havia algum tempo que eu não ia lá, nas costumeiras tardes dos sábados de meses pares. Um grupo, muito especial, faz o que chamamos de "tarefa assistencial" e percorre as enfermarias e casas com o objetivo de aliviar a dor, a solidão, o desamparo.
Ao chegar no Centro Irmã Scheilla, o grupo se divide em dois: um visita a enfermaria e o outro vai às casas. Desta vez, diferente das outras, escolhi ir aos lares.
O primeiro deles é a casinha verde, em frente ao Centro, que ainda está no reboco, sem laje, coberta por um telhado colonial. Logo na entrada, uma menininha simpática, dos seus 7 anos nos recebe com um olhar curioso e admirado. Ao entrar na casa, me deparo com o Júnior - um menino de 15 anos, tomando colheradas de pão sovado no leite, dadas por sua mãe. Sua mãe não tem mais que 36 anos.
O Júnior tem paralisia cerebral. A mãe do Júnior tem aids. Sua avó tem hanseníase.
Eu fiquei fascinada pelo olhar do Júnior. Ele tem rosto de anjo. Cabelos negros, tão pretos como os seus olhos. E uma inquietação que pedia afago, carinho.
Coloquei minhas mãos sobre suas costas e comecei a conversar com ele. Eu queria muito que ele me entendesse. Era como se eu quisesse me escutar. Ou escutá-lo. Entender. Compreender.
Não consegui conter minhas lágrimas. Abracei a mãe do Júnior e chorei feito criança. Fiquei envergonhada com meus problemas, que são tão pequenos, tão medíocres, tão sem sentido.
Depois da casinha verde, veio a casa amarela-suja, a casa azul-desbotada, a casa-rosa da Dona Cecília e mais algumas outras.
Tantas casas. Tanto sofrimento. Tanta dor. Mas, todas elas, todas essas casas tinham uma coisa impressionamentemente comum: A fé em Deus. A aceitação resoluta da sua condição.
Sem palavras para encerrar o texto.
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A Colônia Santa Izabel foi construída com a finalidade de abrigar os enfermos de hanseníase em regime de confinamento obrigatório, seguindo a política sanitarista adotada pelo país na década de XX.
Seu projeto arquitetônico era semelhante a de uma pequena cidade e foi construída para ser o segundo maior centro de tratamento de hanseníase (conhecida popularmente como lepra) no país.
Hoje, a Colônia além das enfermarias, tem ao seu redor moradores portadores da hanseníase.
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