Para entender o que está acontecendo no mercado Americano, lá vai.
É assim: O seu Manoel tem um bar, na Vila Bebum, e decide que vai vender cachaça 'na caderneta' aos seus leais fregueses, todos bêbados, 90% desempregados. Porque decide vender a crédito (fiado), ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose da branquinha (a diferença é o overprice, conhecido como custo econômico, que os pinguços pagam para encher a cara sem pagar pelo crédito adiantado).
O gerente do banco do seu 'Manel', um ousado administrador formado em curso de emibiêi, decide que as cadernetas das dívidas do bar constituem, afinal, um ativo (valor) recebível, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento tendo o pindura dos pinguços desempregados como garantia.
Uns seis zé-cutivos de grandes bancos, mais adiante, lastreiam (dão como garantia) os tais recebíveis do banco do seu Manoel, e os transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrônimo financeiro que ninguém sabe exatamente o que quer dizer e só descobre depois que perde tudo.
Esses adicionais instrumentos financeiros, alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivativos, na BM&F, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (a pindura do bar).Esses derivativos estão sendo negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países.
Até que alguém descobre que os pinguços da Vila Bebum não têm dinheiro para pagar as contas, e o Bar do seu 'Manel' vai à falência e o mundo todo 'sifu' junto, inclusive quem não bebe e nunca foi à Vila Bebum.
SIMPLES.
(autor desconhecido)
A crise.
Postado por
Flávia Almeida
14.11.08
Marcadores: Crise
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